domingo, 7 de fevereiro de 2010

Quanto tempo dura a felicidade de um pobre? Há quem diga que dura pouco.



A reportagem foi exibida no Fantástico em abril de 2007. “O que é felicidade?”, era o tema. E aparecia aquela mulher negra, tão magra como quem acaba de sobreviver a uma guerra, como quem sobrevive a guerra da vida. Uma típica nordestina, a cara do Brasil. A cena me tocou. Aquela pobre mulher gritava, chorava, ria, pulava... não nesta ordem, porque ela fazia tudo ao mesmo tempo. “Eu ‘to feliz! Eu ‘to muito feliz!”. Era um desespero de felicidade tão grande, tão intenso, que eu nunca vi na vida. O motivo? O filho da vendedora ambulante passou em um dos vestibulares mais concorridos do país. Passou em primeiro lugar. Mas acho que se passasse em último, a ambulante não se importaria. Tamanha a simplicidade daquela mulher que dizia que o filho, que passou em biomedicina, seria médico cardiologista.


Novamente o rapaz virou notícia: foi morto a tiros dentro da própria casa, segundo testemunhas, os assassinos procuravam vizinhos do rapaz, mas como ele não soube informar onde estavam, mataram o estudante.


Ironicamente a reportagem de 2007 iniciava com a seguinte pergunta:


Qual a maior felicidade que você já viveu?


Eu ia dizer que os papéis se inverteram, que a pergunta agora seria qual a maior tristeza que você já viveu? Mas isto é desnecessário diante da frase dita pelo estudante à época:


E é isso que eu acho que é a felicidade: é o objetivo alcançado a serviço da humanidade, a serviço do bem.”


Talvez o estudante negro e pobre pudesse ter alcançado mais objetivos neste mundo. Talvez pudesse ter feito algo em favor daqueles que interromperam sua trajetória de sucesso.


Mas quer saber? Viver para proporcionar às pessoas que amamos a maior felicidade que elas já viveram na vida, já deve valer muito a pena.


Viver a serviço do bem. A serviço da humanidade. Sabe quanto tempo dura? O tempo que o efeitos dos seus atos se refletirem no mundo. E isso é muito tempo.



Um comentário:

  1. eu partilucarmente nao lembro da reportagem, mas se cada um olhar com amor e respeito, sei que vai fazer a diferença la na frente...

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